terça-feira, 17 de março de 2015

Reforma do Sistema Político já!

Convocatória
Reforma do Sistema Político já!

Momento de retomada e continuidade dos debates sobre reforma do sistema político no Estado de Goiás.

Participe:
Dia: 20/03
Loca:Centro Cultural Cara Vídeo
Horas: 15:00

Maiores informações,
Fone- 92076852/3223-2551
Arilene

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Participar é um Direito!!! dia 07 de setembro

Ajudem a divulgar e venham participar desta concentração na Praça Universitária, dia 07 de setembro, das 13h. - 17h

Maiores informações - talhergoias10@gmail.com
Telefone - 32035322

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Circuito popular: Participar é um Direito está organizado para os dias 1 a 7 de setembro 2014


O Circuito "Participar é um Direito" é um esforço de vários grupos e pessoas que estão organizados na Rede Popular Cara Vídeo.

O Circuito é uma proposta para realização, de modo participativo, por isto, descentralizado e auto gestado pelos mais diversos grupos populares, organizações, Igrejas/religiões, instituições que desejam oferecer espaços para o debate sobre a participação como um direito político.

As atividades do circuito serão organizadas via online através de um formulário. Por isto pedimos a todas as pessoas interessadas que façam as inscrições das atividades FAÇA A INSCRIÇÃO DA SUA ATIVIDADE PARA O CIRCUITO
O circuito será um espaço popular para que os grupos possam se organizar com atividades de arte, alimentação, cultura, política, economia solidária, educação, movimentos populares.... As atividades podem ser realizada em todos os espaços - Igrejas, escolas, terreiros, circos, universidades, sindicatos.... Também envolvendo pessoas das cidades e do campo.

A Rede Popular Cara Vídeo reúne diversos grupos e instituições e está aberta para acolher grupos que desejam construir um Brasil popular com direitos respeitados. Estamos juntos: Centro de Juventude Cajueiro, Cara Vídeo-comunicativa, Rede de Educação Cidadã, Companhia de Teatro Zumbi, Ibrace, Fraternidade da Anunciação, Comissão Justiça e Paz, Conferência dos Religiosos/as do Brasil, Centro de Estudos Bíblicos, Curso de Verão, Oblatos de Maria Imaculada, Comissão Pastoral da Terra, Proafro/PUC, Coletivo de Mulheres Negras, CEBs, Pastoral Carcerária, Pastoral com os doentes portadores do virus da Aids, Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, Pastoral da Juventude... Esperamos você...

AGENDE: Nosso próximo encontro será no dia 14 de agosto, 19 horas, no Centro Cultural Cara Vídeo. Rua 83, n.361, Setor Sul - Goiânia/GO. Confirme sua presença através do e-mail redecaravideo@gmail.com.

Algumas atividades já previstas

Dia 01 de setembro - No colégio Parque Amazônia será uma atividade de teatro, grafite.... organizado pelo grupo de Teatro da Cia Zumbi dos Palmares
Café com Direitos Humanos
Roda de Prosa no Campus II da Federal
Atividades na Diocese de Goiás
Atividades em Itumbiara/GO
E muitas outras....



segunda-feira, 5 de maio de 2014

VI Escola de Educadores Populares

Está aberta as inscrições para a VI Escola de Educadores Populares da Recid-GO, nessa etapa teremos como tema o debate de "Identidade, Opressões e Luta de Classe".

quarta-feira, 26 de março de 2014

Um retrato da mídia no Brasil

Pesquisa divulgada na sexta-feira (7/3) pelo ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social, Thomas Traumann, apresenta um relato inédito dos hábitos de consumo de mídia por parte dos brasileiros [ver abaixo]. Trata-se do primeiro levantamento efetivamente nacional sobre o uso dos meios de comunicação, com amostras representativas dos 26 estados e do Distrito Federal, que deverá ser repetido anualmente.

A metodologia tende a dar mais visibilidade aos meios de longo alcance, como a televisão e a internet. Essa é uma grande qualidade do estudo, uma vez que os levantamentos feitos por instituições privadas que representam as próprias empresas de comunicação cobrem apenas os grandes centros e o alcance da mídia mais concentrada. A realidade nacional é diferente daquela que se vê a partir de São Paulo, Rio ou Brasília.
O resultado mostra que assistir televisão é hábito de 97% dos brasileiros de todas as idades, gêneros, nível de renda, escolaridade ou localização geográfica. O rádio ainda tem grande penetração, citado por 61% dos entrevistados, e, tratando-se de uma pesquisa nacional, que inclui os lugares mais remotos do país, surpreende que 47% dos consultados tenham declarado o hábito de acessar a internet.
A leitura de jornais diariamente é hábito de apenas 6% das pessoas (25% dizem ler um jornal por semana) e 7% costumam ler revistas semanais.
Há algumas curiosidades interessantes nos gráficos, como o tempo dedicado por homens e mulheres à televisão, nos dias úteis e nos finais de semana, e a diferença de uso em cidades pequenas e nas regiões urbanas com mais de 500 mil habitantes: em média, a TV fica ligada mais de 3 horas por dia. Durante a semana, predominam os programas jornalísticos ou de notícias, com 80% de citações entre três respostas por ordem de lembrança, seguidos pelas telenovelas, com 48%. Aos sábados e domingos, a preferência muda para programas de auditório, com 79% das preferências; jornalismo passa a 35% e programas de esporte aparecem com 27% das escolhas.
Jornais semanários
O rádio também apresenta um perfil de alta intensidade, com o aparelho ligado cerca de 3 horas por dia, durante toda a semana. Há uma concentração maior de ouvintes na região Sul, enquanto no Centro-Oeste e na região Norte, por exemplo, mais de 50% afirmam nunca ouvir o rádio. Trata-se, também de um meio preferido pelas mulheres, tanto em frequência quanto em intensidade, com uma audiência mais relevante entre os maiores de 65 anos.
A internet aparece como o meio de comunicação que mais cresce entre os brasileiros. Um quarto da população já acessa a rede diariamente: de segunda a sexta-feira, com uma intensidade média de 3h39 minutos, e durante 3h49 nos finais de semana. Os usuários estão concentrados na faixa etária de até 25 anos, com 77% do total de entrevistados e predominância entre moradores das grandes cidades e pessoas com renda mais alta e maior escolaridade. A maioria dos usuários (84%) acessa a internet pelo computador, mas 40% também usam o celular para entrar na rede.
Um aspecto fundamental para o estudo do uso da mídia pode ser observado nos dados referentes ao tempo dedicado a redes sociais, principalmente o Facebook: 68,5% dizem utilizar preferencialmente os sites de relacionamento de segunda a sexta e 70,8% nos finais de semana. Entre os sites noticiosos nacionais, os mais acessados são os portais do grupo Globo, Globo.com e G1.com, seguidos pelo UOL e R7.com.
Sobre a leitura de jornais, a pesquisa não apenas confirma que se trata de um meio pouco usado pelos brasileiros, mas também que, na prática, os diários se transformam em semanários: enquanto 75% afirmaram nunca ler jornais, 6% declaram o hábito de leitura diária e 25% costumam ler jornal uma vez por semana. A primeira escolha dos leitores é por notícias locais (33% das citações), seguida por esportes (25%), notícias policiais (16%) e fofocas sobre novelas e celebridades (16%). Os títulos mais citados são os chamados populares e de baixo custo.
Interessante notar também que 19% dos entrevistados afirmam confiar sempre nas notícias de jornais impressos, enquanto 34% confiam “muitas vezes”, 39% confiam “poucas vezes” e 6% “nunca confiam”.
Dos três jornais considerados de circulação nacional, O Globo é lembrado por apenas 3,8% dos consultados, a Folha de S. Paulo é citada por 2,1% e O Estado de S. Paulo, por 1,3% dos entrevistados.

quarta-feira, 19 de março de 2014

ENCONTRO DOS SABERES

PENSAR, SENTIR E FAZER
Agente não quer só ciência e tecnologia, queremos espiritualidade!

   Neste terceiro dia de Ciranda da Comunicação e Cultura Popular a Recid teve o prazer de receber o professor José Jorge de Carvalho, do departamento de antropologia da Universidade de Brasília, para nos contar sobre o projeto Encontro de Saberes. A grande roda de conversa trouxe a reflexão sobre o papel político e pedagógico das universidades na construção de um projeto popular para o Brasil. Segundo o professor “A intervenção estratégica é trazer os mestres das culturas populares para a instituição hegemônica universitária e influenciar a condução do poder, que é exercido na sua maioria por pessoas com o nível superior”
   A experiência do Encontro de Saberes realizada na UNB é uma ferramenta de disseminar e valorizar o conhecimento popular e também complementar a luta pelas cotas universitárias. O professor lembra que a UNB é uma das pioneiras nesta luta, desde 1999 está envolvida nesta construção. E que os argumentos contrários justificam que a raiz do problema está no ensino básico, mas ele reforça que o sistema educacional possui problemas em todos os níveis e necessita de interferências efetivas imediatas. E que não basta só inserir na universidade e disseminar o conhecimento dominante e excludente, todos os saberes populares e tradicionais necessitam estar representados para os universitários. “O grande desafio esta na inclusão dos jovens e dos mestres e mestras da cultura popular para proporcionar o ensinamento para todos\as”.
   O professor José Jorge afirma que existe uma discriminação dos saberes e a luta do Encontro dos Saberes é contra hegemônica, contra este racismo. Lembra que a capoeira está em 100 países do mundo e não estão na universidade, o afoxé, o maracatu, o jongo, entre outras expressões não estão nas escolas de música. Em 2010 o MinC já tentou levar este projeto do Encontro dos Saberes para o MEC, porém a lógica do ensino formal possui pouca conexão com a temática de processos alternativos a educação.
   Uma matéria regular do encontro é denominada Arte e Ofício dos Saberes Populares por onde os mestres e mestras de diversas raças e etnias deste país proporcionaram aulas de saberes culturais, de saúde e meio ambiente como Congada, reflorestamento, permacultura, plantas medicinais, artesanato entre outros. O professor ressalta a importância da construção da ponte entre a educação popular e o conhecimento científico, devemos lutar pelo notório saber popular, que a universidade outorgue este título. Sabemos que para isto necessitará de muita articulação política interna e externa a universidade e efetivar alterações nos regimentos internos que possibilite os nossos mestres/as exerçam funções pedagógica e sejam reconhecidos na condição de docentes. E a grande questão é como eles serão reconhecidos e para isto o professor conta que está sendo realizada a Cartografia Nacional dos Mestres e Mestras, um mapeamento estratégico para visualização da dívida do país com estes saberes e para tentar evitar fraudes.

   A universidade possui como tripé de atuação a realização e articulação entre o ensino, a pesquisa e a extensão e a proposta trazida é complementar e disseminar a Pedagogia do Pensar, Sentir e Fazer, necessitamos para além da ciência e da tecnologia a espiritualidade na formação de indivíduos e produção de conhecimento. Ele indica que dentro deste modelo de sociedade capitalista e genocida pode ser colocado como uma estratégia valorizar e disseminar os saberes, as ciências e tecnologias populares que estão em crise, fortalecer a autonomia e o enfrentamento das comunidades com relação à invasão e apropriação do capital a partir da resistência da cultural e econômica do povo. Foi levantado que mestres/as não necessariamente são os líderes das comunidades ou movimentos e que por isto é fundamental não perder de vista que os agentes comunitários, as lideranças estejam dialogando e fortalecendo as mestrias.
   Por fim sabemos que o papel de extensão universitária chega até as comunidades, utiliza-as como objeto de pesquisa, produz conhecimento e proporciona os títulos acadêmicos que geram docentes e enriquecem os curriculos lattes. A proposta agora é também trazer os mestres destas comunidades para dentro da universidade, incluir o popular neste local de poder e tentar transformar as consciências desta realidade que cria raciocínios pragmáticos, desumanizados e voltados muito mais para o mercado do que para a realidade do povo brasileiro.
 DANDARA
CIRANDA Março 2014

sexta-feira, 14 de março de 2014

IRMÃOS, IRMÃS OU MERCADORIA?


“Volta para a selva, seu negro macaco, ladrão, safado, imundo. Temos que matar todos, seus negros sujos. Márcio Chagas, tu é a escória do mundo, seu lixo, mal intencionado.” Assim o juiz de futebol Márcio Chagas da Silva foi ‘recepcionado’ num jogo de futebol em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. O jogador Arouca do Santos também sofreu ofensas racistas em Mogi Mirim, São Paulo, assim como o jogador Tinga, em jogo do Cruzeiro de Minas no Peru.
O racismo no Brasil, explícito ou disfarçado, não é nenhuma novidade. Assim como o preconceito. E muitas vezes se expressa em horas de comoção, quando não se consegue reprimir os sentimentos, ou em meio a multidões, onde os personagens se escondem no meio de outras pessoas. A escravidão brasileira, a mais longa de todas as escravidões, a que acabou mais tarde (pelo menos a formal e pública), deixou marcas profundas, encravadas na sociedade, na convivência diária, nas relações humanas e sociais. Como disse o jogador Tinga: “Preconceito é coisa que vivo em todos os momentos. É geral, e não é só o meu caso. Para quem nasce pobre, como eu, e negro, o maior preconceito é o social. A minha esposa é branca e é casada comigo há 18 anos. As pessoas olham para ela e olham para mim de um jeito diferente. No Brasil, a gente fala de igualdade, mas esconde o preconceito. A gente fica fingindo que todos são iguais.”
A Campanha da Fraternidade/2014, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e igrejas cristãs na quaresma, tem muito a ver com estas manifestações racistas e preconceituosas em estádios e é absolutamente oportuna. Seu título é ‘Fraternidade e Tráfico Humano’ e seu lema ‘É para a liberdade que Cristo nos libertou’(Gl, 5,1).
E há uma feliz coincidência. O filme vencedor do Oscar/2014 é ‘12 anos de escravidão’, contando a história de Soloman Northup, um negro livre sequestrado nos Estados Unidos em 1841. Vendido como escravo, Soloman é obrigado a trabalhar durante 12 anos nas plantações do Estado de Louisiana. Soloman não era escravo. Era homem livre como os demais brancos. Sabia ler e escrever, coisa que muitos brancos na época não sabiam. Não realizava trabalhos braçais como os escravos, era músico profissional. Mesmo assim, foi raptado e vendido como escravo, do mesmo jeito que os demais africanos que vinham para os EUA como escravos.
O texto-base da Campanha da Fraternidade diz: “A sociedade escravocrata legou ao Brasil, pós Lei Áurea, uma estrutura que relega grande parte da população ao sofrimento da marginalização. (...) O combate a preconceitos e à discriminação nas mais variadas esferas deve integrar as ações de enfrentamento ao tráfico humano, pois eles dificultam o empenho de maior número de pessoas e organizações na superação desse crime.”
O tráfico humano, em 2014, pleno século XXI, não é um problema menor. Para o papa Francisco, o tráfico de pessoas é uma atividade ignóbil, uma vergonha para as nossas sociedades que se dizem civilizadas. Ele aparece e acontece através da exploração no trabalho – trabalhadores bolivianos e peruanos -, no tráfico para a exploração sexual – não só mulheres, também homens -, para a extração de órgãos, tráfico de crianças e adolescentes – roubo e venda de crianças para serem adotadas. Segundo disse D. Leonardo Steiner, Secretário Geral da CNBB, no lançamento da Campanha, estima-se que o tráfico humano envolva R$ 65 bilhões por ano.
Racismo, preconceitos, assim como o tráfico humano, não são, portanto, coisas do passado ou resíduos de uma sociedade colonial. Lúcio Centeno, do Levante Popular da Juventude e da Rede de Educação Cidadã, escreve em ‘Acordando no Alabama dos anos 50’: “Na sociedade brasileira recorrentemente emergem fatos que questionam a existência de uma igualdade jurídica entre brancos e negros, para não falar em uma igualdade ontológica (entre ‘humanos’ e ‘subhumanos – ou macacos, grifo meu, como gritam e cantam torcedores nos estádios). As reiteradas denúncias de existência de trabalhadores vivendo ainda em situação análoga à escravidão são o exemplo mais óbvio dessa diferenciação. O caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo no Rio de Janeiro tornou-se símbolo de uma prática policial bastante difundida nas periferias brasileiras, o tribunal de rua. Nestes 126 anos de abolição da escravidão, o processo de estratificação social se complexificou cada vez mais. O desenvolvimento capitalista em nosso país não suplantou uma estrutura social racializada. Pelo contrário, acoplou-se nela para enrijecer-se.”
O jogador Arouca disse belas palavras: “Tenho muito orgulho da minha origem africana, que o sujeito tentou usar para me ofender, dizendo que devo procurar alguma seleção da África, dando a entender que um negro não serve para defender o Brasil. Como se algumas das páginas mais bonitas da nossa seleção não tivessem sido escritas por negros como Leônidas, Pelé e Romário.”
Em tempos de Copa do Mundo, a Campanha da Fraternidade nos chama a atenção que o ser humano é destinado à liberdade. Não é mercadoria. É irmã. É irmão.
Selvino Heck
Assessor Especial da Secretaria Geral da Presidência da República
Em catorze de março de dois mil e catorze