sexta-feira, 31 de agosto de 2012

1º dia da I etapa da V Escola de Formação Política de Educador@s Populares discuti as eleições e o projeto popular



*Por Pedro Ferreira

Nesta sexta-feira (31/08) teve inicio a primeira etapa da V Escola de Formação Política de Educadores Populares organizada pela Rede de Educação Cidadã de Goiás.

Essa primeira etapa foi iniciada com a Ciranda Popular que discutiu “As eleições e o projeto popular” com a assessoria do Professor Pedro Célio (UFG) - Após uma mística de integração com técnicas do teatro do oprimido.

 Educadores populares e militantes de diversos movimentos populares do campo e da cidade refletiram e debateram os limites e desafios do processo eleitoral bem como o nosso papel enquanto agentes políticos que lutamos pela construção de um novo modelo de sociedade neste processo limitado que são as eleições no sistema capitalista.

As principais reflexões do debate deram se no sentido da;

·         Participação ou não no processo eleitoral
·         Como deve ser a nossa participação
·         Quais os projetos estão em disputa
·         Como podemos pautar nossas lutas e bandeiras neste processo

Por fim a Ciranda Popular foi encerrada com uma reflexão de que mesmo com todos os limites das eleições é importante a nossa participação nesse processo, pois si a política é disputa, temos que disputar o que de fato queremos construir. 

Nesse sentido o nosso grande desafio enquanto movimento popular que construímos a luta da classe trabalhadora é saber dialogar entre a luta popular (nas ruas) e a luta institucional (eleitoral). Para que não corramos o risco de cairmos em um extremo ou em outro.

A I etapa da V Escola de Formação Política de Educadores Populares segue durante todo o sábado e domingo até o meio dia (01 e 02 de setembro)- Aprofundando as concepções de táticas e estratégias para construção do projeto popular no Centro Cultural Caravídeo, Goiânia - GO. 

*Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

Fotos do Primeiro dia



terça-feira, 28 de agosto de 2012

Por uma reforma do sistema político já!

Carta - Convite I Etapa da V Escola de Formação Política de Educador@s Populares

Educador@s da Caminhada,
“Não se deixar cooptar, não se deixar esmagar.
Lutar sempre. Conquistar, na luta
“Vitórias reais como povo.” (Florestan Fernandes).

Goiânia, 20 de agosto de 2012.

A Rede de Educação Cidadã em seu planejamento, realizado no mês de fevereiro/12, com objetivo de potencializar o trabalho de base, a partir da participação dos (as) educadores(as) populares construiu coletivamente o programa de formação para 2012.

Uma das atividades propostas foi à realização da Escola de Educadores (as) Populares que tem o objetivo de aprofundar, partindo das experiências de Educação Popular, a concepção de projeto de sociedade, as táticas e estratégias da classe trabalhadora; compreender como se dá o processo de criminalização da pobreza/movimentos sociais e resgatar a história das lutas populares em Goiás.

A escola de formação de educadores(as) populares vem no sentido de contribuir no fortalecimento do Projeto Popular para o Brasil e quer provocar o grupo de educadores que vivenciam, a multiplicar o processo de formação política e pedagógico nos diferentes coletivos. 

Dessa forma a Escola acontecerá em 02 etapas, cada uma com 03 dias de duração, iniciando na sexta-feira às 19h00, com a Ciranda Popular (que é um debate aberta a toda comunidade) e na sábado e domingo restrito aos participantes que fizeram a inscrição. 

1ª etapa: de 31 de agosto a 02 de setembro de 2012 (sexta à domingo)

Sexta à Noite: Dia 31.08.12- das 19 às 22hs

Ciranda Popular – “As eleições municipais e o projeto Popular”, assessoria: Prof. Pedro Célio/UFG (cientista político). Local Centro Cultural Cara Vídeo, aberta a comunidade em geral;

Sábado e Domingo: Das 07h30 às 18h.

 Tema: Táticas e Estratégias de construção do poder popular e o papel da educação popular nessa construção. Assessoria: Claudio Nascimento/RS (historiador, educador popular, autor de vários livros). Local: Centro Cultural Cara Vídeo (Rua 83 n. 361, Setor Sul/Goiânia-GO);

Objetivo: Discutir as táticas e estratégias para construção do projeto popular e o papel da educação popular neste processo. Bem como compreender os avanços, limites e desafios do sistema eleitoral brasileiro.

2ª etapa: 19 a 21 de outubro de 2012

Sexta à Noite - Ciranda Popular – “As lutas dos movimentos populares em Goiás”, facilitador: Prof. Davi Maciel (Historiador). Local Centro Cultural Cara Vídeo, atividade aberta a comunidade em geral;

 Sábado e Domingo: Educação Popular sonhos e resistência nas lutas dos movimentos Populares contra a criminalização, Assessoria: Alan Hahnemann. Local: Assentamento Palmares/Varjão-GO;

Objetivo: Compreender como se da o processo de criminalização da pobreza e dos movimentos populares e resgatar a história das lutas populares em Goiás bem como refletir sobre a necessidade das organizações populares na superação das desigualdades socioeconômicas.

Será garantido para os (as) educadores vindos do interior hospedagem (é necessário levar roupas de cama e banho), alimentação e participação gratuita. Para os educadores que moram em Goiânia será garantida alimentação e a participação gratuita.

Inscrição: 02 inscritos por grupos e movimentos populares (total de 50 vagas), gratuito, com inscrição até o dia 30.08 (quinta-feira) por meio de e-mail (talhergoias10@gmail.com) ou telefone (62.3203.5322).

Material de preparação: Após a inscrição, encaminharemos via e-mail, o subsídio de preparação da primeira etapa da escola.

O processo de formação, na educação popular freireana, pressupõe articular a reflexão e a prática para compreender a realidade concreta e transformá-la. Por isso garanta sua presença nestes (02) momentos de formação. Convide os grupos e movimentos populares, parceiros para estarem presentes.

REDE DE EDUCAÇÃO CIDADÃ/GOIAS

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Convocação para o Grito dos Excluídos 2012 em Goiânia

FÓRUM DO GRITO EXCLUÍDOS E FORUM DOS MOVIMETOS POPULARES DE GOIAS
 
CONVOCA TODAS ORGANIZAÇOES E MOVIMENTOS POPULARES, PASTOAIS SOCIAIS E GRUPOS A FINS PARA  COLOCAR SEU BLOCO NA RUA  NO DIA 7 DE SETEMBRO
         O Fórum do Grito dos Excluídos e a Assembléia Popular de Goiás, é uma articulação de grupos e Movimentos populares, Mandatos Populares  e   Pastorais Sociais  que tem como finalidade: apoiar, ser solidário  na promoção da vida, na defesa dos direitos humanos e no resgate da cidadania, dando visibilidade a luta da classe trabalhadora .

         Nesse processo de 18 anos de existência, muitos movimentos e organizações já passaram por este espaço dando contribuições significativas. Este ano de 2012, diante da conjuntura atual, com uma articulação maior junto aos movimentos Populares  de Goiás, está sendo construído um processo de mobilização com o objetivo de explicitar a luta por políticas estruturantes em nosso pais, dentre elas, a luta por uma Educação de qualidade, pela não privatização dos bens públicos,   pela reforma agrária, por uma política de segurança publica, pela não  criminalização da pobreza e dos movimentos Populares e tantos outras questões da conjuntura que favorece a corrupção. 

         Por isso, nós do Fórum do Grito dos Excluídos e Movimentos Populares de Goiás, queremos convidar todos os Movimentos Populares e Organizações da Sociedade para  que na manhã do dia 7 de setembro, a partir das 8:00h, com a Concentração Na Assembléia Legislativa, organize seus blocos e vamos pra rua dizer que estamos atentos e atentas e queremos um estado  a “SERVIÇO DA NAÇÃO QUE GARANTA DIREITOS A TODA POPULAÇÃO”, Neste dia, queremos reafirmar nossa condição de classe trabalhadora nas ruas de Goiânia e sua participação é que nos Dara legitimidade para reafirmar o País que queremos construir.
Para maiores informações: ligue 3203-5322 ou 92076852
E-mail-talhergoias10@gmail.com
Atenciosamente,
                          
Articulação do Grito dos Excluídos  2012     

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"Um, dois, três - Quatro, cinco mil ou sai reforma agrária ou paramos o Brasil."‏


*Por Pedro Ferreira 

Aconteceu nos dias 20, 21 e 22 de Agosto o encontro unitário dos povos do campo, da floresta e das águas - Por terra, território e dignidade. Após dois dias de intensos debates sobre a conjuntura atual da luta pela terra no Brasil, o Encontro foi encerrado com uma marcha que saiu do Parque da Cidade até a esplanada do planalto. Um dos momentos mais significativos da atividade foi a parada em frente ao Palácio do Planalto onde os movimentos construíram um acampamento que é o simbolo de resistência da luta por reforma agrária no Brasil. 

O encontro torna se simbólico por ser o 2º encontro camponês da história do Brasil, o primeiro foi realizado a 50 anos atras em 1961. Também marca a unidade e força dos diversos movimentos que atuam no campo em luta por terra, dando uma demostração que ao contrario de que prega alguns setores, a luta por reforma agrária continua forte no Brasil. O governo Dilma recebeu um recado claro dos movimentos do campo - Dependerá dela a radicalização ou não da luta pela terra no Brasil. 

O tencionamento dos movimentos com o aparato militar que nos recepcionou mostrou o grau de radicalidade da base dos movimentos sociais. Nós militante do Bloco de Resistência Socialista participamos desse importante encontro, pois acreditamos da importância tática da Reforma Agrária para construção de um projeto socialista para o Brasil. Seguimos sem ilusão pois sabemos das posições recuadas que as direções das maiores organizações camponesas desse país tem diante do governo petista, no entanto pelo discurso radicalizado da base e também da postura adotada no ato em frente ao Palácio do Planalto, ou as direções tomam posições mais firmes ou serão atropelados pela base.

*Pedro Ferreira - Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

Algumas fotos do Encontro e da marcha 


Vejam mais fotos no link (Encontro dos Povos do Campo em Brasília)

Reunião da Coordenação Ampliada da Recid-Go 2012.


Carta - Convite
Saudações aos Educadores e Educadoras dos Movimentos Sociais, Pastorais Sociais e Organizações Populares.·.
Para dar continuidade aos processos de avaliação e planejamento das atividade com os grupos e coletivos que compõe a Rede de Educação Cidadã de Goiás, convidamos todos os movimentos, organizações populares para participar da Reunião da Coordenação Ampliada da Rede a se realizar no dia 25 de agosto de 2012, no Centro Cultural Cara Vídeo, Rua 83, Setor Sul das 8:30h ás 13:00h.
O objetivo dessa reunião é  avaliarmos as atividades realizadas de junho a agosto bem como planejarmos as próximas  atividades de formação da Recid e Oficinas pedagógicas com os Grupos que a compõe dos próximos meses, de setembro e outubro, visto que, esta é a ultima reunião ampliada deste coletivo neste ano de 2012.
            Na perspectiva da construção coletiva e da organização da classe trabalhadora, pedimos que os coletivos participem deste momento de avaliação e planejamento.
Atenciosamente,
Rede de Educação Cidadã de Goiás
Confirma sua participação pelo fone 3203-5322 ou pelo e-mail talhergoias10@gmail.com  
Pauta

8h ás 8:30h
Café da manhã
8h:30min
Mística – leitura da carta pedagógica de goias
9h
·         Prestação de contas política pedagógica
·         avaliação
10h
Atividades coletivas –
·         Escolas de educadores
·         Grito dos Excluídos
·         Encontro de formação Região Sudoeste - Jataí
10h30
Planejamento das Oficinas
11h30
informes
12h
Avaliação/encerramento
12h30
almoço

Fazendeiro de Paranhos (MS) diz que conflito com índios pode chegar ao c...

Convite

As vagas são limitadas - Por tanto para confirmar presença entre em contato conosco na nossa secretaria pelo telefone ou por e-mail.




Declaração do Encontro Nacional Unitário de Trabalhadores e trabalhadoras, povos do campo das águas e das florestas. Por Terra, Território e Dignidade!


Após séculos de opressão e resistência, “as massas camponesas oprimidas e exploradas”, numa demonstração de capacidade de articulação, unidade política e construção de uma proposta nacional, se reuniram no “I Congresso Nacional dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas sobre o caráter da reforma agrária”, no ano de 1961, em Belo Horizonte. Já nesse I Congresso os povos do campo, assumindo um papel de sujeitos políticos, apontavam a centralidade da terra como espaço de vida, de produção e identidade sociocultural.
            Essa unidade e força política levaram o governo de João Goulart a incorporar a reforma agrária como parte de suas reformas de base, contrariando os interesses das elites e transformando-se num dos elementos que levou ao golpe de 1964. Os governos golpistas perseguiram, torturaram, aprisionaram e assassinaram lideranças, mas não destruíram o sonho, nem as lutas camponesas por um pedaço de chão.
            Após décadas de resistência e denuncias da opressão, as mobilizações e lutas sociais criaram condições para a retomada e ampliação da organização camponesa, fazendo emergir uma diversidade de sujeitos e pautas. Junto com a luta pela reforma agrária, a luta pela terra e por território vem afirmando sujeitos como sem terra, quilombolas, indígenas, extrativistas, pescadores artesanais, quebradeiras, comunidades tradicionais, agricultores familiares, camponeses, trabalhadores e trabalhadoras rurais e demais povos do campo, das águas e das florestas. Neste processo de constituição de sujeitos políticos, afirmam-se as mulheres e a juventude na luta contra a cultura patriarcal, pela visibilidade e igualdade de direitos e dignidade no campo.
            Em nova demonstração de capacidade de articulação e unidade política, nós homens e mulheres de todas as idades, nos reunimos 51 anos depois, em Brasília, no Encontro Nacional Unitário de Trabalhadores e Trabalhadoras, Povos do Campo, das Águas e das Florestas, tendo como centralidade a luta de classes em torno da terra, atualmente expressa na luta por Reforma Agrária, Terra, Território e Dignidade.
            Nós estamos construindo  a unidade em resposta aos desafios da desigualdade na distribuição da terra. Como nos anos 60, esta desigualdade se mantém inalterada, havendo um aprofundamento dos riscos econômicos, sociais, culturais e ambientais, em conseqüência da especialização primária da economia.
A primeira década do Século XXI revela um projeto de remontagem da modernização conservadora da agricultura, iniciada pelos militares, interrompida nos anos noventa e retomada como projeto de expansão primária para o setor externo nos últimos doze anos, sob a denominação de agronegócio, que se configura como nosso inimigo comum.
Este projeto, na sua essência, produz desigualdades nas relações fundiárias e sociais no meio rural, aprofunda a dependência externa e realiza uma exploração ultrapredatória da natureza. Seus protagonistas são o capital financeiro, as grandes cadeias de produção e comercialização de commodities de escala mundial, o latifúndio e o Estado brasileiro nas suas funções financiadora – inclusive destinando recursos públicos para grandes projetos e obras de infraestrutura – e (des)reguladora da terra.
O projeto capitalista em curso no Brasil persegue a acumulação de capital especializado no setor primário, promovendo super-exploração agropecuária, hidroelétrica, mineral e petroleira. Esta super-exploração, em nome da necessidade de equilibrar as transações externas, serve aos interesses e domínio do capital estrangeiro no campo através das transnacionais do agro e hidronegócio.
Este projeto provoca o esmagamento e a desterritorialização dos trabalhadores e trabalhadoras dos povos do campo, das águas e das florestas. Suas conseqüências sociais e ambientais são a não realização da reforma agrária, a não demarcação e reconhecimento de territórios indígenas e quilombolas, o aumento da violência, a violação dos territórios dos pescadores e povos da floresta, a fragilização da agricultura familiar e camponesa, a sujeição dos trabalhadores e consumidores a alimentos contaminados e ao convívio com a degradação ambiental. Há ainda conseqüências socioculturais como a masculinização e o envelhecimento do campo pela ausência de oportunidades para a juventude e as mulheres, resultando na não reprodução social do campesinato.
Estas conseqüências foram agravadas pela ausência, falta de adequação ou caráter assistencialista e emergencial das políticas públicas. Estas políticas contribuíram para o processo de desigualdade social entre o campo e a cidade, o esvaziamento do meio rural e o aumento da vulnerabilidade dos sujeitos do campo, das águas e das florestas. Em vez de promover a igualdade e a dignidade, as políticas e ações do Estado, muitas vezes, retiram direitos e promovem a violência no campo.
Mesmo gerando conflitos e sendo inimigo dos povos, o Estado brasileiro nas suas esferas do Executivo, Judiciário e Legislativo, historicamente vem investindo no fortalecimento do modelo de desenvolvimento concentrador, excludente e degradador. Apesar de todos os problemas gerados, os sucessivos governos – inclusive o atual – mantêm a opção pelo agro e hidronegócio.
O Brasil, como um país rico em terra, água, bens naturais e biodiversidade, atrai o capital especulativo e agroexportador, acirrando os impactos negativos sobre os territórios e populações indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e camponesas. Externamente, o Brasil vem se tornando alavanca do projeto neocolonizador, expandindo este modelo para outros países, especialmente na América Latina e África.
Torna-se indispensável um projeto de vida e trabalho para a produção de alimentos saudáveis em escala suficiente para atender as necessidades da sociedade, que respeite a natureza e gere dignidade no campo. Ao mesmo tempo, o resgate e fortalecimento dos campesinatos, a defesa e recuperação das suas culturas e saberes se faz necessário para projetos alternativos de desenvolvimento e sociedade.


Diante disto, afirmamos:
1)       a reforma agrária como política essencial de desenvolvimento justo, popular, solidário e sustentável, pressupondo mudança na estrutura fundiária, democratização do acesso à terra, respeito aos territórios e garantia da reprodução social dos povos do campo, das águas e das florestas.
2)      a soberania territorial, que compreende o poder e a autonomia dos povos em proteger e defender livremente os bens comuns e o espaço social e de luta que ocupam e estabelecem suas relações e modos de vida, desenvolvendo diferentes culturas e  formas de produção e reprodução,  que marcam e dão identidade ao território.
3)      a soberania alimentar como o direito dos povos a definir suas próprias políticas e estratégias sustentáveis de produção, distribuição e consumo de alimentos que garantam o direito à alimentação adequada a toda a população, respeitando suas culturas e a diversidade dos jeitos de produzir, comercializar e gerir estes processos.
4)      a agroecologia como base para a sustentabilidade e organização social e produtiva da agricultura familiar e camponesa, em oposição ao modelo do agronegócio. A agroecologia é um modo de produzir e se relacionar na agricultura, que preserva a biodiversidade, os ecossistemas e o patrimônio genético, que produz alimentos saudáveis, livre de transgênicos e agrotóxicos, que valoriza saberes e culturas dos povos do campo, das águas e das florestas e defende a vida.
5)      a centralidade da agricultura familiar e camponesa e de formas tradicionais de produção e o seu fortalecimento por meio de políticas públicas estruturantes, como fomento e crédito subsidiado e adequado as realidades; assistência técnica baseada nos princípios agroecológicos; pesquisa que reconheça e incorpore os saberes tradicionais; formação, especialmente da juventude; incentivo à  cooperação, agroindustrialização e comercialização.
6)      a necessidade de relações igualitárias, de reconhecimento e respeito mútuo, especialmente em relação às mulheres, superando a divisão sexual do trabalho e o poder patriarcal e combatendo todos os tipos de violência.
7)      a soberania energética como um direito dos povos, o que demanda o controle social sobre as fontes, produção e distribuição de energia, alterando o atual modelo energético brasileiro.
8)      a educação do campo, indígena e quilombola como ferramentas estratégicas para a emancipação dos sujeitos, que surgem das experiências de luta pelo direito à educação e por um projeto político-pedagógico vinculado aos interesses da classe trabalhadora.  Elas se contrapõem à educação rural, que tem como objetivo auxiliar um projeto de agricultura e sociedade subordinada aos interesses do capital, que submete a educação escolar à preparação de mão-de-obra minimamente qualificada e barata e que escraviza trabalhadores e trabalhadoras no sistema de produção de monocultura.
9)      a necessidade de democratização dos meios de comunicação, hoje concentrados em poucas famílias e a serviço do projeto capitalista concentrador,  que criminalizam os movimentos e organizações sociais do campo, das águas e das florestas.
10)   a necessidade do reconhecimento pelo Estado dos direitos das populações atingidas por grandes projetos, assegurando a consulta livre, prévia e informada e a reparação nos casos de violação de direitos. 

Nos comprometemos:
1.        a fortalecer as organizações sociais e  a intensificar o processo de unidade entre os trabalhadores e trabalhadoras, povos do campo, das águas e das florestas, colocando como centro a luta de classes e o enfrentamento ao  inimigo comum, o capital e sua expressão atual no campo, o agro e hidronegócio.
2.        a ampliar a unidade nos próximos períodos, construindo pautas comuns e processos unitários de luta pela realização da reforma agrária, pela reconhecimento, titulação, demarcação e desintrusão das terras indígena, dos territórios quilombolas e de comunidades tradicionais, garantindo direitos territoriais, dignidade e autonomia.
3.        a fortalecer a luta pela reforma agrária  como bandeira unitária dos trabalhadores e trabalhadoras e povos do campo, das águas e das florestas.
4.        a construir e fortalecer alianças entre sujeitos do campo e da cidade, em nível nacional e internacional, em estratégias de classe contra o capital e em defesa de uma sociedade justa, igualitária, solidária e sustentável.
5.        a lutar pela transição agroecológica massiva, contra os agrotóxicos, pela produção de alimentos saudáveis, pela soberania alimentar, em defesa da biodiversidade e das sementes.
6.        a construir uma agenda comum para rediscutir os critérios de construção, acesso, abrangência, caráter e controle social sobre as políticas públicas, a exemplo do PRONAF, PNAE, PAA, PRONERA, PRONACAMPO, pesquisa e extensão, dentre outras, voltadas para os povos do campo, das águas e das florestas.
7.        a fortalecer a luta das mulheres por direitos, pela igualdade e pelo fim da violência.
8.        a ampliar o reconhecimento da importância estratégica da juventude na dinâmica do desenvolvimento e na reprodução social dos povos do campo, das águas e das florestas.
9.        a lutar por mudanças no atual modelo de produção pautado nos petro-dependentes, de alto consumo energético.
10.    a combater e denunciar a violência e a impunidade no campo e a criminalização das lideranças e movimentos sociais, promovidas pelos agentes públicos e privados.
11.    a lutar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a morte e desaparecimento forçado de camponeses, bem como os direitos de reparação aos seus familiares, com a criação de uma comissão camponesa pela anistia, memória, verdade e justiça para incidir nos trabalhos da Comissão Especial sobre mortos e desaparecidos políticos, visando a inclusão de todos afetados pela repressão.
Nós, trabalhadores e trabalhadoras, povos do campo, das águas e das florestas exigimos o redirecionamento das políticas e ações do Estado brasileiro, pois o campo não suporta mais.  Seguiremos em marcha, mobilizados em unidade e luta e, no combate ao nosso inimigo comum, construiremos um País e uma sociedade justa, solidária e sustentável.
Brasília, 22 de agosto de 2012.

Associação das Casas Familiares Rurais (ARCAFAR)
Associação das Mulheres do Brasil (AMB)
Associação Brasileira de Reforma Agrária (ABRA)
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF)
Articulação Nacional de Agroecologia (ANA)
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)
Conselho Indigenista Missionário (CIMI)
CARITAS Brasileira                                                
Coordenação Nacional dos Quilombolas (CONAQ)
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)
Comissão Pastoral da Pesca (CPP)
Comissão Pastoral da Terra (CPT)
Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB)
Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)
Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF)
FASE
Greenpeace
INESC
Marcha Mundial das Mulheres (MMM)
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
Movimento Camponês Popular (MCP)
Movimento das Mulheres Camponesas (MMC)
Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR-NE)
Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)
Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
Movimento Interestadual das Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB)
Oxfam Brasil
Pastoral da Juventude Rural (PJR)
Plataforma Dhesca
Rede Cefas
Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF)
SINPRO DF
Terra de Direitos
Unicafes
VIA CAMPESINA BRASIL